Incêndio em Reserva Técnica do Museu de História Natural da UFMG em Belo Horizonte, MG: memória cultural sendo queimada.

Incêndio em Reserva Técnica do Museu de História Natural da UFMG em Belo Horizonte, MG: memória cultural sendo queimada.

Detalhe de armários da reserva técnica queimados no incêndio do Museu de História Natural /UFMG em BH – crânio humano e restos ósseos sob os escombros, dia 15/6/2020.   Divulgação: Cobom

O Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG) lamentam o incêndio ocorrido no dia 15 de junho de 2020 em Reserva Técnica do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, situado no Horto Florestal, em Belo Horizonte, MG, e manifestam solidariedade aos arqueólogos/as, professores/ras, pesquisadores e toda a comunidade. Trata-se, sem dúvida, de mais um prejuízo histórico incalculável e de uma perda irreparável para a memória do período pré-colonial do estado de Minas Gerais, composto por vestígios raros de vegetais, faunísticos, cerâmicos, sepultamentos humanos, além de material etnográfico indígena e outros artefatos perecíveis e delicados.

Em comunhão com a Sociedade Brasileira de Arqueologia (SAB) afirmamos: “O Patrimônio Arqueológico Brasileiro é um bem único, coletivo, não renovável e insubstituível em sua particularidade.” Esperamos investigação séria sobre as causas do incêndio. Urge interrompermos a queima da nossa memória cultural que vem acontecendo ultimamente em vários incêndios de museus. Exigimos compromisso do Estado com a preservação da nossa memória cultural material e imaterial.

Profundamente comovidos/as, o CEDEFES e a CPT/MG se solidarizam com os/as colaboradores/ras e pesquisadores e pesquisadoras do Museu, oferecendo todo o apoio que estiver ao seu alcance.

Belo Horizonte, 15 de junho de 2020.

Assinam esta Nota:

Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES)

Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG).